domingo, 30 de novembro de 2014

Dune 2013


Uma lição de vida. Além de ser a história do mais fantástico filme nunca realizado (pelo menos, por enquanto).
 
'Dune de Jodorowsky' é um documentário americano 2013 dirigido por Frank Pavich. O filme conta a tentativa frustrada do diretor chileno Alejandro Jodorowsky de adaptar, para o cinema em meados dos anos 1970, o romance de ficção científica Dune, de Frank Herbert escrito em 1965. Jodorowsky queria que seu filme fosse como uma viagem de ácido lisérgico, que fosse uma experiência estéica capaz de mudar o comportamento das pessoas. Concepção Visual e storyboard de Moebius; trilha sonora do Pink Floyd (Dark side of the moon); artistas HR Giger, Chris Foss e Jean Giraud para set e para o projeto; Dan O'Bannon para efeitos especiais; e Salvador Dalí Orson Welles, Gloria Swanson, David Carradine, Mick Jagger, Amanda Lear, e outros para o elenco. Jodorowsky treinou seu próprio filho em artes marciais e esgrima. O filme nunca foi feito por falta de visão dos estúdios de Hollywood. Mas, a influência do trabalho de Jodorowsky/Moebius (a concepção visual, os figurinos, as naves, alguns efeitos especiais) é evidente em vários filmes de ficção científica que se seguiram, como Star Wars.
 
Em 1982, no entanto, os direitos do filme foram comprados pelo cineasta italiano Dino De Laurentiis, que acabou lançando o filme Dune 1984, dirigido por David Lynch – que foi um grande fracasso de crítica e público.
 
Apesar de tudo, Jodorowsky não guarda mágoas, conta a história de sua vida com uma paixão e uma compreensão generosas. E, no final do documentário 'Dune de Jodorowsky', o cineasta convida cineastas e desenhistas, com a ajuda dos computadores, a realizarem seu sonho: a produção do storyboard de Moebius. O que esperamos que aconteça antes da morte do artista.
 
E a beleza do documentário é justamente essa: mostrar a relação de aprendizagem do criador com sua criação. É claro que o filme – distribuído gratuitamente na internet - também vale a pena pelos icones pops da contracultura, pela aula de cinema e pela história humana que conta; mas é, sobretudo, pela pessoa do próprio Jodorowsky que o documentário se torna extraordinário.

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